
Tropeçava devagar (no seu vagar)
Entre espigas e searas do tempo
Acariciava com os dedos
A coragem suavizada
Pelo olhar invulgar
De filha incógnita...
O riacho da sua dor
Tinha a cor transparente e lúcida
Da rejeição
Imputada e amputada
No ruído delirante
Da demência da alma (alma sua)
E a lágrima ancorada
Sombreou o riacho
Transbordando em desejos antigos
Agora evacuados de um coração
Em searas de angústia
Paralisou a vida
Secou o cabelo à solidão
E nas mãos
Arredondou o regaço
Num suave despertar
E nele arrecadou
O Ser incógnito
De uma filha...
-Filha de ninguém
Manuela Fonseca
2 comentários:
Comentarei pessoalmente!
Beijo grande
Olá Nelita
dizer apenas..... Belo Poema!
jinhos
Rosamaria
Enviar um comentário