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sábado, 26 de janeiro de 2008

Cheguei à parede da tua alma


Cheguei à parede da tua alma
Na sombra do meu vagar
Que intimidou a vergonha
Corda bamba de um olhar

Não ouses perguntar
O destemido segredo de ficar
Sentada ao lado do teu coração
A perpetuar murmúrios...

Deslizei na tua pele molhada
De suor indolor
E dei-lhe um esgar do teu desejo

Abri a tua boca poética
Em ritmo dolorosamente lento
E deixei-me cair na queda da alma...

Manuela Fonseca

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

E ali...


Fui caminhando pelas folhas
Amarelecidas...

Encontrei passados dolorosos
Mãos que acariciavam
Durante a noite
Uma caneta cor de mel

Descobri coisas que esqueci
Andei desfolhando cadernos
Pintados à mão
E escritos com o coração

Desenhei um sorriso
Num rosto que nunca me escapou
Encostei o olhar
Na esquina do tempo
E ali...

- Me deixei ficar

Manuela Fonseca

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Estou cansada...



Cansei-me de escrever

Tropecei no caminho das folhas

A pena secou

E eu esqueci-me da inspiração

Numa esquina qualquer

- alma minha...

Manuela Fonseca

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Num coração por vencer...


As palavras inúteis
Rasgam-se em futilidades
Colam-se a sorrisos
Mal esgueirados
Infiltrados
E rompem-se
Em pensamentos
Adulterados

Deixam o Homem inseguro
Por vício
Num patamar escuro
Aliado
A arestas por rimar
Sonhos por sonhar
Num coração por vencer...

Manuela Fonseca