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quinta-feira, 1 de setembro de 2011


Quando as pessoas decidem sair dos seus acomodados casulos ou labirintos aprendem a ser o que sempre foram: seres humanos fragilizados. Não existem pessoas, completamente, corajosas. Todos escondemos os nossos medos atrás de cortinas pesadas que arrastamos durante uma angústia existencial que muita gente estende num divã de psicanálise, quase sempre inútil.

Manuela Fonseca

quinta-feira, 7 de julho de 2011


Nunca esqueças quem foste. Mas se, por acaso, esqueceres, procura-te no mais profundo da tua alma. E se não te encontrares lá é porque deixaste o coração, algures, num lugar escuro e frio onde perderás o teu tempo a tentares achar-te na pessoa que já não coabita com o teu Ser.

Manuela Fonseca

terça-feira, 14 de junho de 2011

Feliz Aniversário!



O meu cantinho de poesia e outras palavras que vou rabiscando em horas maiores, hoje festeja o seu 4º aniversário!
Agradeço a todos os amigos que me vão acompanhando, sentadinhos no meu sofá virtual :)
Obrigado e um beijinho a todos, de coração!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Os meus pés nus acrescentam sorrisos


Os meus pés nus acrescentam sorrisos
À púrpura do caminho que percorro
Em gestos afagados de ternura
Asas de anjo vestidas de arganaz
Palmilho os anos de uma vida a crescer
E na esquina de cada passo
Deslizo o amor que me acompanha
Em sentido único.

Manuela Fonseca

segunda-feira, 4 de abril de 2011

A QUINTA FASE DA LUA


Atravessei o vale da noite

Com a alma pendurada no olhar

O sorriso amarrado à cintura

Nas pernas o tombo do cansaço

De quem bebia à volta do prato

E picava as migalhas

Sob um convite lunar

Quando os cabrões me deixaram

Os restos mortos de um planeta

Meditei-me na intensa escuridão

Sobre o sossego espaçado

Da quinta fase da lua

Insanidade profetizada

A erigir bandeiras

De palavras prostitutas


Isenta de afectos

Reapareci-me

Nessa quinta fase

De uma lua ignorada

Efeitos colaterais

De Lugares Santos.


Manuela Fonseca


sexta-feira, 25 de março de 2011

Um dia, fui ninguém...


O mundo só existe para quem pode comer pão barrado com alegria que se solta dos sorrisos cúmplices das gentes simples.
Aperto os ombros com saudades de mim em tempo de passados eternizados por um divã, onde o sono me apanhava antes de o sonho me atingir a alma.
Recordo-me, vagamente, de ser tão sozinha quando brincava com as conchas da sopa que a minha mãe fazia.

Sinto saudades do que nunca tive.
Lembro-me da casa da minha sogra, em Travancinha. Tinha um postigo por cima do lava loiça e eu levantava a cortina de chita já velhinha, sorrindo ao verde da erva ali pousada. Às 6h da tarde espreitava as ovelhas por esse mesmo postigo, com a felicidade de saber que elas existiam, fingindo que estavam ali só para mim. Era uma casa tão pequenina mas onde me sentia tão bem.
Nunca mais a verei…

Lembro-me do prato antigo onde a minha mãe deitava a farinha Amparo e de como eu o rapava, feliz! Eu era feliz, mesmo sentindo aquela solidão que me frisava o olhar quando levantava a cabeça e via em cima do móvel as bonecas proibidas de mexer.

Um dia, fui ninguém…
Ninguém, continuo a ser…

Manuela Fonseca

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Conheço...


Conheço o que digo.
Conheço o que sinto.
Conheço o que faço.
Sou íntima do meu sorriso.

Mas não conheço o meu caminho...
Estou cansada de aprender-me.

Manuela Fonseca


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O amor traiu-me!


O amor andava nas esquinas
Silencioso
A enganar-me o coração
Espreitava-te ao virar da curva
De cada vez que o olhar o abafava

Caminhava no meu vagar
Sem me deixar a descoberta do conforto
Ao ver-te
Como o sentimento forte de ter chegado a casa

O amor traiu-me
Num dia de Inverno
Aquele dia em que dividimos as nossas fontes
E eu caí dentro da tua alma
Sem saber que te amava…

Zanguei-me com esta paixão
Empurrei o cupido culpado
E continuo a sentir-me traída
Por mim própria
Pelos sentimentos
Pelos olhares
Pelos abraços
E pelo beijo que sempre tarda
E nunca chegará.

Manuela Fonseca