....

domingo, 28 de outubro de 2007

Encostei-me ao muro da alma


Encostei-me ao muro da alma
E pus-me a pensar nas coisas da vida
Espírito irrequieto
Que no silêncio do corpo
Dança os véus da mente
Eu queria seguir com os braços do descanso
O descanso dos dedos que me atropelam
Que me fazem olhar o mundo
Com o vómito da repulsa
Ou com o sorriso de um sorriso
Que tanto esperei ver sorrir…

E neste meu pensar
De ver as coisas para além do que são
Vou viajando de vida em vida
Na esperança de me encontrar
Sem que seja preciso procurar-me…

Manuela Fonseca

sábado, 27 de outubro de 2007

Do alto da falésia


Há, realmente, uma linda coisa
No horizonte a brilhar
É onde a ave sempre poisa
Quando se cansa de voar

A verdade de a estar a ver
É coisa mais linda, ainda!
É não sentir nem querer
Um dia, essa coisa finda...

Manuela Fonseca

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Impossível de tocar


É como plastificar a estrada
E nunca ter ao lado um tecto
Impossível de ser
É como sair das margens da estrada incompleta
De estrada...
Onde não é possível entrar
E outra alma arrecadar

É como ser insensível
Ao perfume do asfalto dessa estrada
E chorar a vida
Num canto escondida

É suportar uma imagem
De estrada corrida
Desconhecer sua meta
Impossível de chegar
Impossível de tocar

Manuela Fonseca

O medo que me atormenta


Já não te encontro
Quando te choro
Em nome arrancado
Reflectido no chão

Caminho só pelos anos
Esgueirada neste reflexo
Espreitando ansiosa
O interior da tua alma

O medo que me atormenta!

O medo que come comigo,
Sentado à mesa,
As migalhas do passado
Revejo-lhe o nome do teu rosto
Sentenciando este meu destino

Por aqui já não estou
Quando esse teu rosto
Se identificar com o meu
Olho-me no teu reflexo
E já só penso que não sou eu!

Manuela Fonseca

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

domingo, 21 de outubro de 2007

Amizade em poesia...

Olho em redor,
Vejo melodias…
Vejo histórias
Sinto a dor!
Vejo nos teus dias
O Mar…
A ânsia do querer
Vejo o teu lutar
O interior do teu Ser
Perdoa-me! Vejo o teu amor.

Essência da tua pessoa
Da tua amizade
Por seres como és… Assim!

A voz que soa…
A melodia da verdade
Uma amiga para mim!

Paulo Afonso

20/10/2007



Encontros outonais
São como histórias de fiar
Olhares cúmplices
Arredondam
As árvores de ficar
Que sombreadas
Oferecem o bem-estar
Com o destino traçado

Quatro corpos
Identidades opostas
Reúnem troncos centenários
Encostados ao azul
De um Tejo
Que te observa
Que nos abençoa
E que nunca nos separa
No maior mundo
De todos os mundos

- A Amizade!

Manuela Fonseca

20/10/2007

Uma tarde com Paulo Afonso



sábado, 20 de outubro de 2007

...incógnita


Tropeçava devagar (no seu vagar)
Entre espigas e searas do tempo
Acariciava com os dedos
A coragem suavizada
Pelo olhar invulgar
De filha incógnita...

O riacho da sua dor
Tinha a cor transparente e lúcida
Da rejeição
Imputada e amputada
No ruído delirante
Da demência da alma (alma sua)

E a lágrima ancorada
Sombreou o riacho
Transbordando em desejos antigos
Agora evacuados de um coração
Em searas de angústia

Paralisou a vida
Secou o cabelo à solidão
E nas mãos
Arredondou o regaço
Num suave despertar
E nele arrecadou
O Ser incógnito
De uma filha...

-Filha de ninguém

Manuela Fonseca

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Amaldiçoou-se a si mesma!


A chuva não parava
Dia após noite
As colinas do tempo
Alongaram as suas lágrimas
Imersas em nevoeiro
Humidade da alma

O coração escondia a lama
Até à altura da mente
Embrulhada em capa de passados
Num xaile pesado de mágoas

Sentia os dedos dormentes
E vagarosos
Ao manusear o sobressalto
Que lhe caía das mãos frias

Um Universo paralelo
A colinas celtas
Misteriosa ilha dos segredos da alma
Guardiões de grandes histórias
Eternas e sagradas
Na trama de silêncios e traições


E amaldiçoou-se a si mesma!

Manuela Fonseca

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Caros colegas e amigos


Caros colegas e amigos,


Sexta-feira – 19/10/2007 – às 21h30, quem puder, esteja presente na apresentação do novo CD “Voyeur” de Ex-Ricardo dePinho Teixeira, no fórum da Fnac do Gaia Shopping. Contará também com a participação especial de Cristina Bacelar, Pedro Romualdo, Nuno Saavedra e Ironic Salazar.



Nesta mesma noite também serão apresentados mais 2 novidades Corpos -

"Reticências..." de Paulo Alcoforado | "Amores (Im)perfeitos" de Carla Veiga Ribeiro

Beijinhos e felicidades a todos!

Manuela Fonseca

domingo, 14 de outubro de 2007

As lágrimas soltam-se


As lágrimas soltam-se
Em cataratas possantes
Espírito selvagem e do vento
Que em silêncio escorre da planície…

Não quero secá-las em adeus
Nem quero possuí-las
Em cânticos de louvor
Quero soltá-las
Libertá-las e adoçá-las
De tanta mágoa e dor

… Sem que seja preciso procurá-las!

Manuela Fonseca

sábado, 13 de outubro de 2007

O traço de mim


Ele é o traço
Que traço
Em redor do meu traço
Amado e achado
Para que tracejada seja eu
De mim
Ele é o traço do amor
Em que penso traçando
E escutando o corte
De mil traços tracejados
Este é o poema – traçado no rosto
Em que busco o tracejado
Recortado de um silêncio de ti

Manuela Fonseca

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Inventei o sorriso para me disfarçar


Inventei o sorriso para me disfarçar
Sóbria de ninguém eu quis morrer
E enchi de festas a minha alma desnudada
Era eu semelhante à semelhança
Que havia em ti
… Esperando que me olhasses
… Que me tocasses
… E me amasses

E ninguém mais me sabia entender
Nem conhecer…

Manuela Fonseca

domingo, 7 de outubro de 2007

Branca lágrima de paz!


Branca era a lágrima
Branca e prisioneira
Ao canto do olhar
Bailando a dança da tristeza
No salão verde da desilusão

Branca e impaciente
Esperava o breve pestanejar
Para deslizar em rosto tenso
E salgar a boca seca de memórias

Tão branca que era a lágrima
Tão diferente das demais
Que pecam em transparência

Branca lágrima de paz!

Manuela Fonseca

A vida descansou nas minhas mãos


A vida descansou nas minhas mãos
A poesia caminhou
Em escarpas amontoadas
Ali
Ao meu lado...

O barco do vizinho
No silêncio parte
E gaivotas de mar inverso
Descem a pique na morte...

Manuela Fonseca

sábado, 6 de outubro de 2007

O Brilho da Solidão



Levava pesos de correntes
Arrastadas pelos pés descalços
Cega de pureza constante
Gritava num eco de agonia

- Onde tudo se perdera
- Diante da secura da alma!

Combates em vão secaram
Entre a Terra e o Mar
As arestas eram finas sementes
No brilho da solidão

Cavalgava caminhos indecentes
Onde o baço se repartia
Num eterno espaço delirante
De luzes entorpecidas

Escorreguei de mim
Caí naquela poça de solidão
Andei séculos acorrentada
Suspensa no lado mais oriente da estrada

- Onde tudo se perdeu
- Diante da secura da alma!

Manuela Fonseca

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Não digas que não sabes


Não digas que não sabes
Se nunca te magoaste
Nas esquinas dos trevos
Que guardas em livros antigos
Que nunca chegaste a ler…

Nem digas que já sabes
Se nunca te deixaste cair
Na cratera do pecado
Aquele lado errado
De onde sais no teu vagar
Em coisas de navegar
Para mais tarde me vires contar…

Manuela Fonseca

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Não me peças para voltar


Não me peças para voltar
A um não saber olhar
Onde sempre fui sossegar
O sorriso de não sonhar
Sou feliz, hoje!
Com todos os senãos
Existentes em todas as belas
Histórias de amor

Os dias não são todos de sorrisos
Nem de lágrimas…

São dias de coragem
Nascida a cada manhã
Dias de luta
Que nem sempre
Mostram derrota
Nem sempre vitória

Mas hoje, sou feliz…
Feliz… Apenas comigo!
É assim que quero ser
Apenas de mim…

Manuela Fonseca

A vida que circula nas tuas veias


A vida que circula nas tuas veias
É vida enaltecida
Banhada de marés vivas
Imprudentes
Irreverentes
Que estalam em ondas
De contentes

A vida não é para recordar
Nos teus aniversários
Nos teus natais
E nas tuas mortes…

A vida é para circular nas tuas veias
Todos os dias do teu sorriso
Da tua voz
Da tua lágrima
Dos teus passos errantes
E certeiros
Em beijos que nunca se negaram
E sempre se deram inteiros

Manuela Fonseca

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Tertúlia de Poesia






Antes do lançamento, duas fotos para ficarem nas memórias do tempo, de um tempo que passa...

Amizade... Não vale nada, nada, nada...

Vale... TUDO!!!

Beijinhos a todos***