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terça-feira, 24 de novembro de 2009

No crepúsculo dos teus ombros


No crepúsculo dos teus ombros
Ajoelhei a minha tristeza
E apedrejei a minha mágoa
Rasgando todos os silêncios
De secretas ombreiras
Onde me estatelaste
Na fúria podre e embriagada
Da possante inferioridade
Onde a alma tua desmaiava…

No crepúsculo dos teus ombros
Enalteci as minhas vontades
E arrecadei as pedras das minhas mágoas
E com elas reconstruí
Aquele a que eu chamo o Eu de Mim

E as ombreiras descobertas
Em noitadas ébrias de passados
Romperam a fútil inferioridade
De anos arrecadados…

Manuela Fonseca

domingo, 15 de novembro de 2009

Aquela rosa branca


Foi naquela rosa branca
Que me perdi em mim
Num dia em que a chuva
Me negou aquele abraço

Podia ser de tristeza
Sem a vontade esperada
Mas seria o olhar abraçado

Aquela rosa branca
Que nunca me chegou ao coração
Por ausência
Propositada

A rosa branca desejada
Que eu sentia entrelaçada
No abraço que não aconteceu

Ainda espero a rosa
Porque o abraço
Esse anoiteceu...

Manuela Fonseca

quinta-feira, 5 de novembro de 2009