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terça-feira, 3 de julho de 2007

Sou eu...


... e tudo é tão perfeito
Olho para os meus dedos
E eles sorriem-me
Na intenção
De uma obra inesperada

Os lábios conversam com eles
Numa química já conhecida...

Levanto-me
E vou buscar um B

Componho o cortinado
E volto a sentar-me
Na minha única sala

Penso em ti
No cheiro do teu corpo
E escrevo um poema
Igual a mim

Cheia de defeitos
E muitas virtudes
Analiso o que não escrevi
E tremo no que senti
Na ausência da tua resposta

Desde sempre
Que nunca te amei!

E eis-me aqui
Agora
A sentir que és o melhor
De todos os ausentes

Sou eu...
Sentada à mesa
Da minha única sala

Manuela Fonseca

1 comentário:

Nilson Barcelli disse...

Soberbo poema.
Parabéns.