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quarta-feira, 25 de julho de 2007

Farejavas o perdão


Farejavas o perdão
Como um cão faminto
Que lhe doem os olhos
Da procura de cantos

Andavas pequeno
Numa estrada longa e parada
E os pés desmentiam
O propósito de andar

Viste-me ao longe
Como num sonho apertado
Em que o grito sufoca
E o correr desespera

As tuas mãos uniram-se
Num gesto vertical
Diante do meu olhar
Fixo e parado

Longe de ti
No espaço que me separava de mim
O perdão nunca foi achado.

Manuela Fonseca

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