
Farejavas o perdão
Como um cão faminto
Que lhe doem os olhos
Da procura de cantos
Andavas pequeno
Numa estrada longa e parada
E os pés desmentiam
O propósito de andar
Viste-me ao longe
Como num sonho apertado
Em que o grito sufoca
E o correr desespera
As tuas mãos uniram-se
Num gesto vertical
Diante do meu olhar
Fixo e parado
Longe de ti
No espaço que me separava de mim
O perdão nunca foi achado.
Manuela Fonseca
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