
A coisa mais antiga
Da minha memória
É um divã
De colchão de infância
Numa sala
Entre a cozinha e o quarto
Em frente a uma rua qualquer
Dentro da qual
Estavam quatro copos
Cheios de água
Em cima de uma mesa
Era uma felicidade
Nua por inteiro
Esse olhar
Da presença sem recusa
Dos quatro copos
Não era nada de fantástico
Mas era a presença
Da real descoberta
Em manhãs de mal-estar
Eis-me aqui
Recordada…
Reunida com o meu mal-estar
Olhando os copos
Da minha memória
Mais antiga.
Manuela Fonseca
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