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quarta-feira, 4 de julho de 2007

Eu que procuro


Eu que procuro o amor
E o detesto
Eu que tudo não amo
E nada careço
Apesar desta busca constante
Irrequieta

Donde me vem ainda
A força das mãos?

Tanto vendaval inútil
Me estraçalhou
Para ficar detida
Nesta ténue rosa-dos-ventos

Afinal, tenho sempre o mesmo
Afiada e não arranhada
Num sonho que não mentia

Busco sempre a ofensa em mim
Naquilo que sai de ti

Quero falar e calo
Quero cantar e oiço
Quero viver e não deixam!

Só faço o que não importa
Só penso o que não preciso
Só me deixam o que não interessa!

Ah! Para que lado foste
E nunca me viste?

Manuela Fonseca

1 comentário:

Lurdes disse...

Pois, até podia ser eu... Está óptimo, amigona.