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quinta-feira, 21 de junho de 2007

Menina das Tranças Loiras


Menina das tranças loiras
Que caminhas à beira da estrada
Levando sonhos embrulhados
Em tule azul celeste
Não vês como é grande e estranha
A saudade que paira sobre a tua cabeça

Ora descobre o Sol
Ora descobre a Chuva...

E tu, menina das tranças loiras
Desdobras a saudade ao Sol
Enquanto caminhas ansiosa
Na direcção do cais
Apesar de saberes que lá
A Chuva cai
E os sonhos não voltam.

Sentada à beira do cais
Vês o atracar de navios
Abarrotados de gente
Que vai para o lado de lá de ti

Subitamente, o Mar revolta-se
Com a audácia dos teus sonhos
E a Chuva cessa!

Olhas para trás
E desejas correr
Em busca do momento perdido.

Mas é tarde...

Ficas à beira do cais
Olhando para os navios
Estáticos e vazios.

Abres as mãos
E deixas deslizar por entre os dedos
A saudade inútil
Que outrora desdobráste ao Sol
Como sendo destroços de um naufrágio
Lançados à praia...

Manuela Fonseca

1 comentário:

Lurdes disse...

Podia ser eu, mas não tenho tranças loiras. Está lindo, amigona.