
Menina das tranças loiras
Que caminhas à beira da estrada
Levando sonhos embrulhados
Em tule azul celeste
Não vês como é grande e estranha
A saudade que paira sobre a tua cabeça
Ora descobre o Sol
Ora descobre a Chuva...
E tu, menina das tranças loiras
Desdobras a saudade ao Sol
Enquanto caminhas ansiosa
Na direcção do cais
Apesar de saberes que lá
A Chuva cai
E os sonhos não voltam.
Sentada à beira do cais
Vês o atracar de navios
Abarrotados de gente
Que vai para o lado de lá de ti
Subitamente, o Mar revolta-se
Com a audácia dos teus sonhos
E a Chuva cessa!
Olhas para trás
E desejas correr
Em busca do momento perdido.
Mas é tarde...
Ficas à beira do cais
Olhando para os navios
Estáticos e vazios.
Abres as mãos
E deixas deslizar por entre os dedos
A saudade inútil
Que outrora desdobráste ao Sol
Como sendo destroços de um naufrágio
Lançados à praia...
Manuela Fonseca
1 comentário:
Podia ser eu, mas não tenho tranças loiras. Está lindo, amigona.
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