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sexta-feira, 15 de junho de 2007

O 10º Mundo



As searas não existiam
E o pão não cheirava a terra
A mãe-velha embalava os ossos
Mal embrulhados
Na carne negra, suja
Beijada de artrópodes.
A insuficiência
Espreitara o 10º mundo
E as crianças brotavam
Sob o signo maligno
Da Fome.

Era tarde…

A noite descera sobre a mãe-velha
E no chão agreste
Nu de sementes
Picavam-lhe os pés inchados
De lágrimas, dores
E revoltas!


Manuela Fonseca

1 comentário:

Conceição Bernardino disse...

Este poema é perfeito, demonstra a realidade completa do mundo selvagem em que vivemos.
beijinhos
Conceição Bernardino