
As searas não existiam
E o pão não cheirava a terra
A mãe-velha embalava os ossos
Mal embrulhados
Na carne negra, suja
Beijada de artrópodes.
A insuficiência
Espreitara o 10º mundo
E as crianças brotavam
Sob o signo maligno
Da Fome.
Era tarde…
A noite descera sobre a mãe-velha
E no chão agreste
Nu de sementes
Picavam-lhe os pés inchados
De lágrimas, dores
E revoltas!
Manuela Fonseca
1 comentário:
Este poema é perfeito, demonstra a realidade completa do mundo selvagem em que vivemos.
beijinhos
Conceição Bernardino
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