
No início do ano 2012
As Letras desabaram
Sobre o planeta magistral da mímica
Homens cingidos ao Bronze
Manipulados por criaturas
De térreas vontades
Desdobraram a esquina ecológica
Do seu pensamento
E soltaram as Bestas
Da Sabedoria
Era o sentido elevado
Da objectividade assumida
Em seres medíocres
Suprema reacção medieval
Dos que já declamaram a fome
Em vida!
Mas a utopia espacial
Do Homem-Bronze
Ainda não decifrara
O enigma
Do ortodoxo quotidiano
E a guerra continuava
Nos Trópicos de Câncer
Agora rasgados
Pelo Mar Vermelho
De um continente perdido
Côncavo e convexo
Fizeram um filho
À sombra da consciência primitiva
Deram à Luz grandes frases poéticas
Com os acentos circunflexos
Em palavras esdrúxulas
Cuspiram sorrisos à Deusa da Escrita
E desenharam Ursas Menores
Com os lábios sujos de suor
Sobreviventes de uma era esquecida
Mas não derrotada!
Afinal,
Os Homens-Bronze
Eram só filhos da mãe
Descendentes do Tédio!
Manuela Fonseca
2 comentários:
uma perspectiva interessante do nosso futuro
Bjo. Lurdes
Apoteótico. E começar assim desta forma um percurso na poesia, profetizava o que de grandioso e magistral estava para vir e também aquilo que vamos ficar sempre a aguardar de quem assim escreve. O enigma do ortodoxo quotidiano não será decifrado por mim, simples mortal, mas creio que será decifrado por ti poeta que desafias provocatoriamente a Deusa da Escrita. Transcende-te, poeta, e liberta aqueles que se resignarem ao planeta da mímica.
Sublime. Estou mortalmente afastado da sabedoria necessária para decifrar tamanha profecia.
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