
Corrias prados verdes em jogos de sentinela
Com tuas aias de cetim aos ombros
Vivias no ontem permanecida de negro brilhante
Que encantava o teu sorriso corado
Dançavas noites de tílias e cidreiras
Que colhias nos jardins de Éden
Do teu palácio branco onde o silêncio florescia
A cada lago que lhe pousavas
Cantavas em harpas de cristal puro
Com voz de rainha leve, mais leve que uma dança
Os teus dedos percorriam o preto e o branco
Das teclas de um piano que te enfeitava os dias
Com as mãos compunhas coisas do coração
Para te aconchegares nas noites felizes
A trote chegou o inimigo…
Colheste o sangue vermelho do teu amado Rei
Com as lágrimas e tristezas de uma rainha
Onde o lago se inundou de ódios e espadas perdidas
Ias e vinhas, solitária e transparente de mágoas
E as memórias das coisas já te açoitavam
O lado menor dos Homens impacientes
Em sombras amargas de emboscadas pérfidas
Rasgaste a leveza doce no último sopro do teu amado
Embainhaste a sua espada como num sono inquieto
Subiste as escadas solitárias de angústias
E gritos de aias trespassados à tua passagem
Mal chegaste…
Já não voltaste…
E nos fundos dos caminhos
Te extinguiste…
No chão dos teus aposentos
Escancarado ficou de sangue manchado
O teu vestido de véspera libertado…
Manuela Fonseca
7 comentários:
Que história contada em poesia... linda, lindíssima....
O caso sério em poesia tem o teu nome menina....
jinhos
Rosamaria
Belo poema, muito inspirado. Beijinhos xxx
Um poema lindíssimo, numa história perfeita!
Gostei imenso!
Beijo
Uma linda história. Soltas as palavras num belo momento de poesia e magia.
Parabens amiga
Esta quase... dia 29 la estaremos
Sailing
passei por cá para deixar beijos da ci...:)
Os poemas, romances, pintura que utilizam "o maravilhoso histórico", são do meu agrado.
Bosa dia para si.
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