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quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Indecente de mim


Ressurgi do lado indecente
Na esquina dos pensamentos
Sorri de espanto
Debrucei-me no corpo dividido
E virei as sombras do avesso

Encostei a cara lavada
Ao joelho indeciso
E segui com o olhar
As mãos penetrantes
Inquietas
Em altas horas da noite
Abrindo portas de quartos perfumados
E os passos oscilavam
Em pontas de janelas
Inundadas de luar
Onde indecente de mim
Me fui enroscar…

Manuela Fonseca

2 comentários:

[[cleo]] disse...

Uau!...
Que lado indecente esse que te fez ressurgir do outro lado mais pacato e te ditou estas frases tão cheias de vontades urgentes!...

Usaste expressões tão bonitas, Nélinha. Como E os passos oscilavam
Em pontas de janelas
Inundadas de luar...


Adorei!

Beijo

Nilson Barcelli disse...

Gostei do teu lado indecente no poema.
As mãos penetrantes, o olhar que as seguia, o joelho indeciso e a cara lavada, são belas indecências...
Excelente poema, vai ressurgindo sempre.
Bfs, beijinhos.