Atravessei o vale da noite
Com a alma pendurada no olhar
O sorriso amarrado à cintura
Nas pernas o tombo do cansaço
De quem bebia à volta do prato
E picava as migalhas
Sob um convite lunar
Quando os cabrões me deixaram
Os restos mortos de um planeta
Meditei-me na intensa escuridão
Sobre o sossego espaçado
Da quinta fase da lua
Insanidade profetizada
A erigir bandeiras
De palavras prostitutas
Isenta de afectos
Reapareci-me
Nessa quinta fase
De uma lua ignorada
Efeitos colaterais
De Lugares Santos.
Manuela Fonseca
3 comentários:
Muito bonito. Sensual a forma, a silhueta criada pelas palavras no texto.
Muito bonito, valeu a pena vir até cá.
Beijinho amiga.
Simplesmente fantástico !É de uma beleza, e sabedoria desconhecida, pk a sabedoria conhecida, nao sabe escrever assim. Só tu, alguem que sente com o coração e nao com a cabeça, consegue passar para palavras o que sente sem hesitar nem por um segundo, palavras essas unicas e sábias, vindas da tua alma. Já não tenho palavras para o descrever, apenas sei que o senti profundamente. Beijinhos da tua nora, Ana Dias
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