segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Filho da Lua
Que poderei eu fazer
A não ser deixar queimar o medo
Em fogo secreto que acendo
E calar este silêncio na cor da noite
Dizimar horas que me separam
Em distâncias baloiçadas
Abandonadas
Talvez um dia escale a sua montanha
A mais íngreme do mundo
Deixar que o vento me rasgue
Sorrisos rasteiros
Onde escorreguem solidões
Por penhascos agrestes
Contemplando a península estendida até Lisboa
Prateada
Se eu pudesse dizer
O que sinto agora
Se eu soubesse achar o caminho
Do Filho da Lua
Os seus pensamentos irrequietos
Na travessia do Tejo
Seria a autora do seu destino
Se eu soubesse andar para trás
Subir aos calvários e trazer nas mãos
O calor do olhar da Filha da Terra
Como num livro que tivesse escrito
Sentada nas estrelas de um jardim céltico
Perdido e encontrado
Nos olhos que vi
Ah, Filho da Lua
Se eu soubesse…
Manuela Fonseca
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2 comentários:
Talvez um dia...quem sabe...?
Linda imagens no coração desse Tejo que banha Lisboa.
"calar este silêncio na cor da noite"
"Sorrisos rasteiros"
Noites de inspiração tecida nos fios do luar quente do Outono.
Lindo poema. Cheio de sentimentos e e de simbologia... céltica
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