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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Equilíbrio


Que faço aqui no silêncio do castelo
Severo e prolongado?
Porque perco o riso dos dias
No sossego disciplinado
Repetindo a rotina harmoniosa
Que me insulta?
Porque não encontro
O amealhar do esquecimento
Neste canto equilibrado?

Quando aceito a vinda de alguém
Esbarro na ausência d’emoção
Na contagem dos afectos
Calo o desejo
E adormeço à procura de um sonho

Pensamento miserável…

Manuela Fonseca



3 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Perguntamo-nos, muitas vezes, "o que faço aqui...?" porque nem sempra a harmonia é sinónimo de felicidade.
Mas quem sonha nunca tem um pensamento miserável...
Adorei o poema. É excelente, estás a escrever melhor que nunca.
Manuela, querida amiga, tem um bom resto de semana.
Beijo.

Armando Sena disse...

Gostei. A dúvida como guia da acção.
Bjs Manuela.

MARIA DA FONTE disse...

Gostei muito deste poema. Parabéns. Abraços