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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Esboço de Alzheimer II


Pendurada na sua própria dor
Desfolhava as mágoas guardadas
Como quem reza um terço
Esperando um milagre
Que nunca chega por falta de fé anunciada

O olhar parou no degrau do passado

Já nada esperava
E a esperança dançava-lhe
Nas mãos trémulas
A dança eterna
Do destino prometido

Abriu um livro ao acaso
E com a voz entorpecida pela fatalidade
Bebendo lágrimas de medo
Ela leu:

“Sê como a árvore do sândalo que perfuma até o machado que a corta”

Manuela Fonseca

1 comentário:

Nilson Barcelli disse...

Tão bom ou melhor que o primeiro.
Excelente, já não fazes por menos.
Querida amiga, bom resto de semana.
Beijos.