terça-feira, 20 de novembro de 2007
Corpo nu na escuridão
Corpo nu na escuridão indirecta
Corpo leve despido de vaidade
Impermeável
Mão lenta
Rosto entreaberto
Como se oferecesse sorrisos
Mente atenta ao destino
Corpo desfeito
Corpo em recusa
Onde nada te ofende…
Corpo que se nega
Na angústia de um pedido
Corpo que as lágrimas atravessam
Resvalando suavemente
Coincidência que as mãos segredam
Corpo cansado e transparente
Que as horas da noite em si temem
Longos espasmos de frio
Correm pelas esquinas da pele
Que os dedos sentem
Em silêncio
Numa solidão de pedra
Corpo perdido
Em amargos gestos
Que em si sepultam
Ondas de calor
Onde este corpo se lamenta
Manuela Fonseca
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5 comentários:
Um corpo cuja silhueta cabe inteira na poesia que embrulha cada verso. Gostei!
abraço.
(e terei muito prazer na volta, claro!...)
olá Nelita
"Corpo perdido
Em amargos gestos
Que em si sepultam
Ondas de calor
Onde este corpo se lamenta"
só este verso seria já um poema divino....
jinhos
Rosa
Já sabes que gosto dos teus poemas.....
Muito bonito, este corpo nu na escuridão... mas em fogo...
Beijinhos
Nelita,
Aqui e ali, e mais além, minha amiga, é sempre bom ler-te.
Sabes o quanto gosto de o fazer!
Desculpa a minha ausência, mas acredita-me presente!
Bjs d(a)e Mel
Ainda assas a rapariga viva...
Gostei do teu poema, consegues transmitir imagens muito poéticas, por exemplo
"Corpo que as lágrimas atravessam
Resvalando suavemente"
E também muito bem terminado.
Mas a excelência dos teus poemas é uma constante...
Beijinhos.
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