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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

NATAL DOS ESQUECIDOS


Outro Natal que acontece anualmente como é próprio da sua eterna condição.
Nele o homem, ambulante da esperança,
surpreende-se ao ter contidas entre as mãos,
as vãs coisas que o separam da muralha
e, sózinho, na sua garganta, o grito estala.
Simples homem com o corpo de ausências,
que rasga a dor com seus ais interiores
e toma uns tragos apenas pra esquecer
que o mundo "matou" em si o seu lado criança,
na mais funda escuridão do desencanto.
O que num dia qualquer e sem história,
como tantos que ficaram estagnados
na redonda opacidade dos seus anos,
caminha pelas ruas do esquecimento,
e na longa avenida das lembranças
ainda chama pelos nomes dos amigos e ao seu próprio gesto último de crença,
dos que se esquecem de raízes e aconchegos
porque agora é só pedra e é quietude
na multidão que lhe ignora a presença.

Ceres Marylise

3 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Bela escolha cara amiga, mas eu não conhecia nada do autor.
Obrigado pela excelente partilha.
Bom Natal, beijinhos.

São disse...

Escolheste bem.
Para ti e para quem desejares um feliz 2009, umas boas festas e um sereno Natal.

Grande abraço.

Marta Vasil (pseud.de Rita Carrapato) disse...

Hoje só para desejar um Natal com muita harmonia.

Um beijinho

MV