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domingo, 25 de maio de 2008

Mereci...


Sinto a nudez das folhas
Roçando o amor dos ramos
Em gemidos de ingratidão
E os olhos entroncam
O silêncio da paixão

Parti…

Repartida em pedaços de mim
No chão das folhas secas
Presa na moldura cínica do tempo sem fim
De quem tudo deixa para trás
Remoendo-se em letras

Mereci…

Manuela Fonseca

sábado, 17 de maio de 2008

A minha fúria selvagem




Mar revolto que me açoita ao bater naquelas rochas, além...
Escorregando toda a minha fúria
Em cada investida da espuma que me aclara a dor

Mar revolto do pensamento lapidado
Alimentado em desejo sóbrio
De penas enroladas à vida

O mar conhece a resposta selvagem
Que a esquina dos gigantes penedos da minha saudade
Agarra os cabelos aos dedos de tantas mágoas

Fúria que me alimenta em dias pares!
Olhar que atinge o limite da minha coragem!

Ah, mar revolto da minha alma decadente!

Manuela Fonseca